terça-feira, julho 15, 2008

Les Jours Tristes

Ce sont les vrais jours tristes..

domingo, maio 11, 2008

Manolito, o Regresso

Numa pacata tarde de sol em Musvadala, estando eu sentado no Cybercafé a pesquisar as maravilhas do mundo porno iraniano (burkas transparentes), deparei-me com um blog, onde era citado o autor Jorge Bucay, com este seu belo conto:

"Era uma vez um camponês gordo e feio que se tinha apaixonado (porque não?)por uma princesa bonita e loira...Um dia, a princesa - vá-se lá saber porquê -deu um beijo ao camponês gordo e feio...E, magicamente, este transformou-se num príncipe esbelto e ataviado.(Pelo menos era assim que ela o via...)(Pelo menos era assim que ele se sentia...)"

De imediato lembrei-me "Manolito, tu também, há anos, na solidão da tua casa, escreveste algo semelhante" e é esse algo semelhante que quero partilhar convosco neste meu regresso, uma história que sempre me fez pensar na subjectividade do amor e dos sentimentos. Uma história inspirada numa experiência que presenciei, e que desde então me tem guiado pelos sinuosos caminhos da minha vida (os caminhos de cabra íngremes das montanhas de Musvadala).

"Era uma vez um empresario fabril que se apaixonou (assim pensava ela) por um camafeu seboso de seu nome Alita. Ela tinha borbulhas que ameacavam permanentemente explodir pus putrefacto, um halito que fedia, e um cheiro intrinseco a mofo e a texugo. Das suas axilas projectavam-se pelucias encaracoladas, por onde passeavam larvas sedentas de bedum ressequido. As suas pernas imitavam com mestria mato miudo, e as suas unhas ha muito estavam em luto pelo seu irmao Joaquim, falecido ha anos numa rixa apos um jogo da malha.Para ao empresario nada disto importava. Pois estava cego. Estava surdo. Desprovido da sua capacidade de distinguir cheiros ou sabores. Incapaz de perceber os perceptos tacteis.Pois ha 2 anos que a sua morada era a cama do Hospital Sta Maria, onde estava em coma profundo, apos acidente de viacao. Alita era auxiliar de accao medica."

Que histórias semelhantes vos possam guiar pela vida, seja numa nacional, num ip ou numa autoestrada, ou como no meu caso, num caminho de cabra

Um abraço,
Manolito