sábado, julho 25, 2009

De volta às origens




Depois de uma fase bigode gay anos 80, resolvi devolver a minha imagem original de Manolito Gafotas. É que o bigode, além de me fazer parecer treinador de futebol português emigrado, fazia muito calor. E não convém suar em Musvadala, porque o sal do suor é não só um chamariz de moscas sedentas para temperar os seus festins de caganitas de cabra, mas também de jovens virgens (de bigode miudinho(e por conseguinte de moscas (e por conseguinte de caganitas))).

Por tal facto rapei o bigode e deitei as lentes de contacto aos ventos das montanhas de Gashval e assumi novament a imagem icónica de Manolito

segunda-feira, março 16, 2009

Novo visual


Deixei crescer o bigode

segunda-feira, março 09, 2009

Simplicidade

É muito díficil arranjar um título para o que vamos escrever. Principalmente no caso, que é este, em que decido colocar um título antes de saber sobre o que ou dissertar.
E qdo os meus dedos, próteses independentes do meu cérebro anestesiado, se resolvem a escrever algo como "Simplicidade", o caldo parece-me entornado, pois passados alguns minutos após dactilografar tal palavra, surgem-me várias ideias nublosas na ponta dos dedos, mas nenhuma que se pareça com simplicidade.
Porque escrever sobre simplicidade tem que se lhe diga.
Primeiro, oq quer q se escreva tem de ser simples. E se é complicado arranjar algo simples sobre o qual escrever, então a própria ideia de "simples" cai por terra, porque se é simples, pressupõe que não seja complicado.
Segundo, nos dias que correm pode ser que haja coisas simples, mas parece que a beleza da simplicidade se esvaneceu, pelo que somos impelidos a procurar aquilo que é complicado. Como este texto.
Terceiro, sendo o ser humano um ser pensante com uma capacidade abstracta inegualável, pressupõe que o pensamento complicado seja inerente a esta premissa, pelo que quão mais desenvolvidos, mais capacidade temos de complicar as coisas.
Quarto, se complicamos e não simplificamos, qual o objectivo de complicar, qual a vantagem evolutiva do complicado?
Quinto, um bebé/um criança tem um pensamento simples, concreto, pouco dado aos devaneios das complicações metafísicas/omníricas. É um dado adquirido que um "bebé não tem preocupações", será essa ausência de complicações decorrente da simplicidade com que pensa?
Sexto, a simplificação do complicado é uma meta a atingir pelos matemáticos, que tentam reduzir raciocinios sob uma simples formula matemática, que de simples têm pouco.
Sétimo, a beleza estará na simplicidade? Ou estará na forma simples como encaramos o complicado? Para o simplificar, temos de o compreender.

Resumindo, escrever sobre simplicidade não é simples. Começando pela própria palavra, que de simples tem pouco. Seria mais lógico que o substantivo de "simples", fosse ele próprio mais simples, tipo "dada".

Simples.

Ok, para a próxima escreverei sobre a estupidez, algo mais ao alcance dos processos simplistas dos neurónios deste pastor.

domingo, fevereiro 08, 2009

Um belo Domingo (de noivado?)

Eu sei lá o que escrever e aliás, vocês devem estar-se nas tintas para o que tenho a dizer. Mas mesmo assim vou contar a história da formiga e do elefante sonhador. Ou seria da lombriga e do irrelevante procrastinador? (estou muito dado às delícias da cacofonia) De qualquer uma das formas, sendo a história de uma amiga e do deselegante delator, adivinha-se um argumento romântico, quiçá sedutor e com laivos de mistério policial. Esta é a história de um crime. É a história de como um paquiderme não teme as leis de Newton, uma história de amor como um qualquer Benjamim Button, indiferente à temporalidade e ao finito da paixão, para com um insecto de algumas patas, um amor em guerra de tamanhos e proporções. Ou a história de como um nemátode se aloja no intestino de um deprimido crónico, autarca em funções, anarca de ideais, desapontado com o rumo que a política descreve em torno de um mesmo ponto giratório, e q falatório se gera, quando o nosso autarca se recusa a assinar o que vereadores astutos ou corruptos decidem em reuniões intermináveis, e decisões que se arrastam, que não se tomam, e que não chegam a ver a luz do dia, guardadas na gaveta do nosso artista, que se queixa das dores da alma e potencialmente da barriga e de outros orgãos, enquanto o nosso nemátode se passeia pelo sangue que deixou de correr nas veias do outrora poeta, e já nem sabe se que se o consome é o marasmo da sua vida ou o seu parasita que o come por dentro e se reproduz e vai tomando conta de um corpo que não é seu, alimentando-se do pouco sangue que resta a este nosso triste actor. Faltando por fim falar de Jorge e Madalena, um crime o outro castigo, um Golias o outro David, ambos confiantes de que os seus planos para um amanhã que não vai vir se confirmarão assim que o sol se espreguice nos seus primeiros raios, que as nuvens não irão tapar, porque há forças que nasceram para vencer, outras que não o chegam a ser. E assim Jorge, rapaz feito, homem por fazer irá entregar-se aos braços e aos encantos de uma outra Madalena, que por sua vez pertencia a outro Jorge (uma pertença apenas presente na cabeça e no coração de Jorge, visto que esta sua Madalena a ele nunca se entregara, e até o negara, mas uma paixão que Jorge não esquecia e não se admitia que esta pudesse ter como protagonista um outro Jorge que não ele), e eis que Jorge, seguidor de Madalena, dos seus passos na estrada e que passara e espreitara para um carro de janela embaciada, no momento em que duas almas consomavam qualquer coisa fugaz e passageira, fruto de uma infantil bebedeira, um atravessar de estrada fora da passadeira, incautos e que naquele seu impulso animalesco, proporcionaram um cenário dantesco, quando o segundo Jorge descobre a natureza da sua segunda Madalena, o seu pecado que não perdoa, e o atordoa, e o magoa. E que na sua dor que não qualifica, que não quantifica, na sua raiva surda, cega mas não muda, acrescento que geme, ao comunicar Madalena, escondido no seu seguro anonimato, que é para isso que serve a não identidade, é a segurança do nada, repito e Jorge também repete que viu de seu incauto Jorge, e acrescento do que ouviu, e que Madalena não perdoa, por que haja qualquer coisa que doa, e se este alarme soa, é um avião que aterra, já não voa, e assim fica por terra aquela boda e as promessas que não chegam a ser feitas, desfeitas do zero, ou do zero e meio se assim podemos chamar ao ponto a que ambos chegaram desta sua relação. E assim houve um paquiderme que se desafia e desafia aquilo que outros julgaram por impossível, e que não aceita, e também de um verme que definha o autarca que definha pelo seu desacreditar nas pessoas e não acreditar, como o paquiderme, mais na possibilidade da sua paixão, desapaixonado, e nem desconfiar que não será ele um verme, mas antes que o verme o consome por dentro e dele se alimenta e que houve também um crime castigado pelo cego veneno do ignóbil Jorge. E podem vocês leitores, se tiveram a coragem de chegar até aqui desta vossa leitura, ou porque tal como eu pouco tenho que fazer, ou porque têm um q de masoquismo, e voltando ao fio da meada, se tiveram essa coragem cabe a vós tirar desta história, deste enredo, desta teia, as vossas conclusões, pois esta história é verdadeira e eu sou um paquiderme e uma formiga e sou um verme e sou autarca, e o meu nome não é Jorge nem Madalena, mas sou Manolito, o Gafotas, que aqui atesta, que desta meia-hora perdida a rabiscar fraca poesia, chega a uma definição e inconclusão, que pode ser-se tudo, mas não pode ser-se tudo ao mesmo tempo.

Abraço,
Manolito