terça-feira, outubro 31, 2006

Variações de Humor

Apresento neste blogue, duas formas de contar a mesma piada. Bem engraçada, diga-se de passagem... O prezado leitor que escolha a forma que a prefere reproduzir. Claro está que dependerá do ambiente, do(s) ouvinte(s), e do estado de alma do leitor no momento.
E tu, Manolito, qual preferes?, pergunta-me o leitor.
E eu respondo como costumo responder, quando me perguntam qual é a teoria do Einstein.
Tudo é relativo.

Esta já foi considerada como uma das piadas mais secas do mundo...por pessoas sem sentido de humor.

Fim da tarde estival no Jardim do Príncipe Real. Corre uma brisa desagradável, que obriga os traseuntes a puxar as golas das gabardinas (de manhã ameaçou chuva, pelo menos era o que as rádios cantavam). Dois sexagenários jogam dominó. Afonso Domingues, 68 anos, revisor da Carris reformado, bate-se contra o seu amigo Alcides Moreira, 66 anos, projeccionista reformado do antigo cinema Olímpia. O jogo está renhido. Afonso lembra-se como se conheceram naquela tarde solarenga em que foi obrigado a passar metade do dia nas urgências de St.Maria. Ele, Afonso, com uma canseira desgraçada nas pernas, que não lhe deixava dar dois passos, Alcides, com um ataque hemorroidário agudo. O jogo está renhido. Afonso pensa em como desferir golpe fatal no adversário. Alcides pensa na caldeirada de peixe que comeu ao almoço. Afonso coça o cocoruto. Alcides impacienta-se, esperando pela jogada do lento adversário, que não vem. Afonso perdera muita da sua ginastica intelectual, apos longos e longos anos de trabalho monótono picando bilhetes na carreira 15 Algés-P.Figueira. Alcides não se podia queixar da monotonia do seu emprego, já que o patrão, a bem da diversidade, todos os dias escolhia filmes novos para projectar. Alcides pensa que no fundo a novidade nao era grande; tinha uma sensação de déja vu constante. Mas gostava das matinés de domingo, das últimas novidades do círculo porno-cinematográfico dos países de leste. Afonso já não pensa em nada. Alcides comenta "vá lá home!"
Afonso desperta do seu sonho, em que nada sonha. Apenas com o vazio. O jogo está renhido e ele apostara uma ginginha com Alcides.
Tem uma ideia que talvez venha a ser bem sucedida. A concentração é o forte do meu adversário, pensa. Afonso joga uma peça e logo de seguida conta:

- Oh Alcides, ´tava aqui a pensar. Tu sabes qual é a diferença entre as couves de Bruxelas e as catotas (vulgos macacotos)?
- Na sei pá.
- É que tu Alcides, as couves de bruxelas, não as comes.






Epílogo

Escusado será dizer que Alcides ganhou a partida. E uma ginginha.

sábado, outubro 28, 2006

Esta já foi considerada uma das piores piadas de sempre...por pessoas sem sentido de humor.

Tarde de Domingo no Jardim do Principe Real. Dois velhotes jogam dominó. A brisa corre fresca, enregela as pontas dos dedos dos anciões. No meio da jogatana, para quebrar o silêncio que a concentração reclama, e quiçá para distrair o adversário para lhe infligir mortal golpe, Alcides Gonçalves vira-se para o seu companheiro de jogo, António Conceição Carvalho, que conhecera há 2 anos na Urgência de Sta Maria, enquanto esperavam pela sua vez, Alcides que lhe lancetassem o furunculo nadegueiro, Antonio Conceição que lhe tratassem da canseira das pernas, e, numa voz pausada e calma, acompanhando o som da brisa nas folhas dos castanheiros, sussura:

- Qual é a diferença entre a couve de bruxelas e as catotas (vulgo macacoto)?
0 Não sei, diz-me tu...
- É que tu não comes couves de bruxelas.

FIM