terça-feira, janeiro 24, 2006

Por motivos de ordem técnica alheios ao autor, a última peça "Errata" foi vitíma de um ataque de um estranho vírus o Hdt457£V2

O autor promete encetar esforços no sentido de apurar as responsabilidades e punir exemplarmente os culpados, estando desde já prometida a formação de uma comissçao de inquérito para o efeito.
Retomo a emissão com a publicação, desta vez sem defeitos, da peça "Errata"


Tenho recebido inúmeros mails de fãs e telefonemas de amigos a alertarem-me para as gralhas (gralhas?!!? são bujardas q fazem corar de vergonha o Telmo da tropah!) que diariamente "sujam" os meus textos.
Queira desculpar-me o prezado leitor, mas tenho que o recordar da minha infancia atribulada com compromissos na guerrilha islâmica de soldado mujadin, sem mto tempo disponível para aprender os percursos sinuosos da língua de Camões (é uma expressão que se dá a trocadilhos fáceis, que, com esforço vou resistir de fazer).
Refiro-me, sem vergonha da minha rudeza de homem das montanhas e pastor de cabras, ao comparça que não tem graÇa, mas deve ser antes uma farSa. (vide peça sobre Quem é o Outro?).
Aquilo que tive mais perto de um professor de português foi o Serafim do Huambo, ao lado de quem eu me bati na guerra do Ultramar em 1972, no interior esquecido de Angola. Lembro-me dos seus ensinamentos enquanto fazíamos emboscadas ao inimigo imperialista. Dos "tájáver" aos "Mantoooorach!" e aos "props po piple". Ahhhhh o Serafim... Lembro-me como a sua mãe, Dona Salomé da Guiné, ficou desfeita com a sua morte. Quer dizer, literalmente desfeita, pois o Serafim como guerrilheiro dedicado e curioso, ao fanar instruções de fabrico de cocktail Molotof de um quartel português, e julgando tratar-se de uma receita de uma deliciosa sobremesa, resolveu meter o preparado no forno mandando com o barraco ao ar. Também ao ar foi o conteúdo do barraco, no qual se incluia a dona Salomé da Guiné, que na altura, e segundo o relatório médico-legista, estava a ver o Preço Certo em escudos. Foi um belo fogo de artífico caro leitor. Segundo consta.
Enfim, este foi um pequeno aparte para homenagear essa personagem que foi o Serafim do Huambo.
Recuando aos meus tempos de infância em Musvadala, aldeia votada ao ostracismo e isolamento por força da sua localização geográfica no vale de Ishram entre as montanhas de Tehrkali, recordo aos leitores também a dificuldade de arranjar manuais de português que me pudessem orientar na escrita desta língua. Mesmo assim, já graúdo e graças a um alfarrobeiro de Musvadala tive acesso a alguns desses manuais épicos da língua portuguesa, como o "Anita de bicicleta" e o "Anita a cavalo".
Portanto peço alguma compreensão, se não mesmo compaixão, por este meu português bárbaro, típico de um homem cujo vocabulário cresceu no meio de cabras.

Ps - Será Alfarrobeiro ou Alfarrabista?

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